segunda-feira, 7 de abril de 2014

Lula se reúne com Dilma

Por Vera Rosa e Tânia Monteiro*
Brasília - em encontro de três horas, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula da Silva conversaram nesta sexta-feira, dia 4/04/2014, a sós sobre crise política e a tentativa da oposição de instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Lula avalia que o Palácio do Planalto deve fazer de tudo para segurar a CPI, considerada uma "arma" perigosa na direção de Dilma. A reunião entre o ex-presidente e seu padrinho político ocorreu em um elegante Hotel da zona sul de São Paulo. Foi a primeira depois que veio à tona a compra da refinaria Pasadena, nos EUA, pela Petrobrás. O negócio é investigado pelo Ministério Público Federal e pelo Tribunal de Contas da União por suspeita de superfaturamento. Na avaliação de Lula, Dilma está na defensiva e precisa reagir, intensificando viagens para mostrar que o governo está fazendo. (Na semana passada, a presidente Dilma entregou aproximadamente duzentas "Minha Casa, Minha vida," numa pequena cidade do Estado de São Paulo) (grifos meus).
Para ele a campanha começa a esquentar agora, porque além do senador Aécio Neves (PSDB - MG), Dilma terá em seu encalço o presidente do PSB, Eduardo Campos, que deixou o governo de Pernambuco nesta sexta-feira. Aécio e Campos serão adversários da presidente na disputa pelo Planalto e acertaram uma ofensiva conjunta para montar uma CPI da Petrobrás. A estratégia do governo para inviabilizar a apuração do superfaturamento nos negócios da estatal consiste em apresentar novos pedidos de CPI. Após vários movimentos de idas e vindas do Planalto, a ideia agora e bater na tecla da necessidade de ampliar o foco das investigações - atingindo, por exemplo, o cartel do Metrô em São Paulo e denúncias de irregularidades no Porto de Suape, em Pernambuco; para desgastar Aécio e Campos. Na prática o governo conta com a proximidade da Copa do Mundo e o calendário da campanha eleitoral para enterrar de vez a CPI.
Lula acredita que Dilma acabou puxando a crise para o Planalto quando disse que só votou favoravelmente à compra de Pasadena porque recebeu laudos incompletos sobre o negócio. (Por que não houve reuniões e ou diálogos sobre solicitar dados completos?) (grifos meus). Na época Dilma era ministra da Casa Civil e presidia o Conselho de Administração da estatal. Lula não gostou de ver sua sucessora praticamente apontando o dedo para José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobrás e indicado por ele para o cargo. A conversa desta sexta-feira entre Dilma e Lula não constava da agenda presidencial. O compromisso só foi incluído ali à noite, quase cinco horas após ter ocorrido.

As portas fechadas, o ex-presidente mostrou a Dilma o roteiro que pretende percorrer nesse início de campanha. Disse esperar que a cúpula do PT resolva os problemas para montagem de palanques estaduais com o PMDB e prometeu ir logo para Pernambuco, Estado onde ele e Campos nasceram. Dilma quer o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), também participando do núcleo de sua campanha à reeleição que é coordenada pelo presidente do PT, Rui Falcão, para ajudá-la na região Nordeste.
*Jornal O Estado de S. Paulo em 5/4/2014 - via Internet.

Iracema Alves - jornalista cadeirante - por mim digitado em 7/4/2014 às 11:55 horas
Diagramação: Wiglinews

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