sexta-feira, 9 de maio de 2014

Quarenta Anos Depois...

Publicado por Antonio Sávio



Mário Kozel Filho nasceu em 6 de julho de 1949, em São Paulo. Era filho de Mário Kozel e Therezinha Vera Kozel. Tinha uma irmã, Suzana Kozel Varela e um irmão, Sidney Kozel de 14 anos de idade. Seu pai era gerente na Fiação Campo Belo onde ele também trabalhava, antes de ingressar no Exercito. 

À noite frequentava as aulas no Instituto de Educação Ênio Voss, no Brooklin em São Paulo Capital. Era muito prestativo gostava de ajudar a todos, principalmente os mais necessitados. Tomava parte no Grupo Juventude, Amor, Fraternidade, fundado pelo padre Silveira, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida no bairro de Indianópolis, do qual faziam parte mais de 30 jovens. O símbolo do grupo era uma rosa e um violão foi idealizado por Mário Kozel, que era carinhosamente chamado de Kuka.

Aos 18 anos teve que deixar de frequentar as aulas e de trabalhar para iniciar nas fileiras do Exército, o serviço militar obrigatório. Foi designado para a 5º Companhia de Fuzileiros do segundo  Batalhão, no 4º regimento de Infantaria, Regimento raposo Tavares, em Quitaúna. No quartel , a partir de 15 de janeiro de 1968, passou a ser o soldado nº 1.803. Soldado exemplar. Durante sua vida militar cumpriu o seu dever com o Exército e com o Brasil. Na madrugada fria e nublada do dia 28 de junho de 1968, no Quartel general do II Exército, o silêncio e a tranquilidade eram visíveis. Oficiais, sargentos e soldados dormiam e descansavam. Nos seus postos as sentinelas estavam atentas, zelando pela vida de seus companheiros e protegendo as instalações do DG, pois o período era conturbado. As Guaritas estavam guarnecidas por jovens soldados que, aos 18 anos, cumpriam com o dever, prestando o serviço militar obrigatório. Todos pertenciam ao efetivo do 4º RI e se apresentavam nos primeiros dias de janeiro. Entre eles, Mário Kozel Filho. Tinham portanto, seis meses de instrução e de serviço nas fileiras do Exército.  

Durante a instrução eram continuamente alertados a respeito da situação que o país atravessava. Sabiam que nessas ocasiões os quartéis são muito visados, como possíveis alvos para ações terroristas. Além disso, todos foram alertados e souberam dos detalhes do assalto ao Hospital Militar, quatro dias antes, pois as vítimas eram seus colegas do 4º RI, unidade do exército onde serviu Lamarca, que já pertencia à Vanguarda Popular revolucionária - VPR - organização terrorista autora de assaltos e uma das mais violentas.
Quando o soldado Mário Kozel Filho e seus colegas assumiram o serviço da guarda no Quartel general do II exército, hoje comando Militar do sudoeste, no Ibirapuera *, em São Paulo, foram instruídos quanto aos procedimentos em caso de ataque às instalações do Quartel. Todos estavam tensos e ansiosos. Mal sabiam que um grupo de dez terroristas, entre eles duas mulheres, rondavam em um pequeno caminhão, carregado com 50 quilos de dinamite e mais três Fuscas na direção do QG. Tinham por objetivo a propaganda da luta armada. Por medo e por covardia, não tiveram coragem de atacá-los de outro modo que não fosse por um ato de terror. Fanatizados, sequiam os mesmos ensinamentos do seu líder, Carlos Marighella que, no seu Minimanual dizia: " O terrorismo é uma arma a que jamais o revolucionário pode renunciar". Ser assaltante ou terrorista é uma condição que enobrece qualquer homem honrado.

As 4h30, a madrugada estava mais fria e com meninos visibilidade. Nessa hora, uma sentinela atira numa caminhonete, que passava na Avenida Marechal Stenio Albuquerque Lima, nos fundos do QG e, tentaram penetrar no  Quartel.. Desgovernada, batera ainda na rua contra um poste. As sentinelas viram quando um homem saltou desse veículo em movimento e fugiu correndo. O soldado Edson Roberto Rufino disparou seis tiros contra o veículo. Mário Kozel Filho, com seu desejo de ajudar o próximo, pensando que se tratava de um acidente de trânsito, saiu do seu posto com a intensão de socorrer algum provável ferido. Ao se aproximar uma violenta explosão provocou destruição e morte num raio de 300 metros.

Passados alguns minutos quando a fumaça e a poeira dissiparam foi encontrado o corpo do Kozel totalmente dilacerado. O coronel Eldes de Souza Quedes, os soldados João Fernandes de Souza, Luiz Roberto Juliano, Edson Roberto Rufino, Henrique Chaicanski e Ricardo Chabeau ficaram feridos. Os danos no QG foram muito grandes. Consumava-se mais um ato terrorista da Vanguarda Popular Revolucionária! No atentado foram utilizados três automóveis Volkswagen Fusca e uma caminhonete. O atentado não fez mais vítima porque o carro-bomba não conseguiu penetrar no Quartel-general por ter batido num poste. O soldado Mário Kozel Filho morreu no cumprimento do dever. Em decreto de 15 de julho de 1968, foi admitido no grau de Cavalheiro da Ordem do Mérito Militar, no Quadro Ordinário do Corpo de Graduados Efetivos da Ordem Post-Morten, pelo Presidente da República Artur da Costa e Silva. Em consequência desse decreto foi promovido Post-Morten à graduação de 3º Sargento (...) Participaram  da ação os seguintes: Walacie Carlos Sarapu, Wilson Egídio fava, Onofre Pinto, Diógenes José de Carvalho Oliveira, José Araújo Nóbrega, Osvaldo Antônio dos Santos, Dulce de Souza Maia, Renata Ferraz Guerra de Andrade, José Reinaldo Tavares de Lira e Silva, todos do UPR e Eduardo Collen Leite integrante da Resistência Democrática (RIDE), outro grupo guerrilheiro.

Somente em agosto de 2003, por meio de Lei Federal nº 20.724, a família de Mário Kozel Filho foi indenizada em 10/8/2003 com uma pensão mensal de R$ 300,00 e depois aumentada para R$1.140,00 pela Lei federal nº 11.257, de 27 de dezembro de 2005. Em 2005, os deputados Elimar Máximo Damasceno e Jair Bolsonaro apresentaram um projeto de Lei, na Câmara dos Deputados Estaduais que inscreve o Sargento Mário Kozel Filho no Livro dos Heróis da Pátria. Este projeto continua esquecido em alguma gaveta daquela Casa Legislativa representante do povo. 

Hoje, dia 9/05/2014 pergunto: "os senhores deputados conhecem ou deveriam conhecer a Lei da Ficha Limpa"? (grifos meus).

Observação do Site: Inversão de valores: o senhor Diógenes José Carvalho de Oliveira recebeu de R$ 400.337,73 reais e mais uma pensão mensal vitalícia no valor de R$ 1.627,22 reais. Quem é Diógenes José Carvalho de Oliveira? Ninguém mais, ninguém menos que um dos terroristas que mataram o soldado Mário Kozel Filho e destroçaram sua família. Esse foi apenas um dos inúmeros crimes que ele, conhecido como "Diógenes do PT, cometeu - ver no site: www.averdadesufocada.com  - o artigo "Inversão de Valores". Por todos os seus inúmeros crimes, a Comissão de Anistia e o Ministro de Justiça, Tarso Genro resolveram premiá-lo com uma belíssima aposentadoria, ao contrário de suas vítimas. Assim como Diógenes do PT, milhares de outros militantes também foram beneficiados com polpudas indenizações. Somente em 20 de agosto de 2003, uma pensão mensal de R$300,00 reais, depois aumentada para R$1.140,00 reais pela Lei Federal nº 1.1257 de 27/12/2005. A grande média dedica reportagens aos mortos da esquerda que lutaram para implantar uma ditadura lenista-marxista no país. 

Vejamos se lembrarão dos 40 anos desse atentado bárbaro "em nome da liberdade", como eles mentirosamente apregoam.    

O mesmo acontece no Congresso Nacional, Senado, Planalto, Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas que homenagearam frequentemente personagens como Marighella, Lamarca, Luiz Carlos Prestes, Olga Benário, Elza Monerat de Carvalho, Apolônio de Carvalho, e tantos outros. Será que farão uma homenagem por mais singela que seja a este jovem, os demais Órgãos Governamentais, particularmente de São Paulo Capital?     
Aos familiares dessas vítimas esquecidas pelas autoridades, o  nosso desejo que a  sociedade brasileira lhes faça justiça e resga aos seus familiares a certeza te de que não serão esquecidas. Eles perderam a vida no confronto com seus verdugos, que embora derrotados, exibem na prática os galardões de uma vitória bastarda, urdida por um revanchismo odioso. Às essas vítimas o reconhecimento da democracia e a garantia da nossa permanente vigilância, para que o sacrifício de suas vidas não tenham sido em vão.
           Publicado por Antônio Sávio em 18/4/2011

Iracema Alves - jornalista cadeirante autônoma

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